segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vara de condão

Aposto minha vara de condão
Como, em outra encarnação
-Sendo eu mesma ou não-
Encontrei meu mundo
Através da escuridão
E mergulhei fundo nele,
Hoje me encontro aqui.

Aposto minha vara de condão
Que esse mundo não era perfeito
Não, não era o protótipo
Do que eu penso às vezes estar.
Já fui alertada dos erros de errar,
Mas insisto em fazer a mesma coisa:
Dedicar.

E, ao erro, jamais deixá-lo me dizimar.

Ainda doarei meus órgãos,
Minha medula, minhas córneas.
Não àquele que me sempre foi belo
-Espero que ele não os precise!
-Mas àquele a quem já me foi rude.

Aposto minha vara de condão,
minha magia em toda dedicação
Que quando essa fase passar
Serei eu mesma de novo então.

sábado, 14 de setembro de 2013

Vera.

Alquimia das Veras
Interagindo com meu corpo,
Insetos movendo-se
E desviando de meus pêlos...

Acho que estou apaixonada.
De vero, estou!
Pela simplicidade ao meu modo,
Pela visão do meu mundo.

Cegos sorriem ao me ver.
"Mágica, absurdo!"
Mas meu dizer
Não cessa ao encerrar.

Digo que fui
Completamente enfeitiçada
Y, las brujas que me perdonen,
Pero ahora soy la vertiente
De dónde nacen los sueños
Y sueño eres tú, vida,
Que vino de mí,
Crees en mí
Y aún así és lo que quiera.

Por siempre viviré así.
Prima-
-Vera.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Violão

Vou desenhar um violão
Na sua testa
E poderei para sempre
Tocar-te e tocar-te.
As cordas, seus belos cabelos.
O som? Batidas do meu coração.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Murado

Os cochichos piam
Parede adentro.
Burburinho
De um segredo dito em silêncio.

As paredes tremem
Com o salto tilitando no corredor
E eu aqui.

Me disseram "fala com as paredes",
"Repara o silêncio"...
Mas eles mal sabem
Quanto conhecimento
Uma divisória
Pode proporcionar.

Calem-se.

Gota

A gota escorrendo na pia
É a mesma que pousou em meu nariz.
Analogo a alegria do nascimento
Daquela água tratada
À felicidade que vida sua vida minha
E vinda, é muito bem-vinda!
E vinha e veio e ficará.

O meu peito cedeu-se
Todo em berço
Para todo e vindo
Te amar.

Gota

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Rimas de um acorro, rimas de um amor.


Eu sou capaz de enxergar na escuridão.
Minha luz não proveio dos olhos,
Ilumino alas com o coração.

Eu sou capaz de enxergar na escuridão.
Seu corpo, cada canto,
Suas curvas em minhas mãos.

Ele se ocultou ao amor: pobre rapaz.
Sou o dever e a obrigação de fazê-lo querer mais.
Sou o guia e a proteção,
O passado da perdição
E o futuro que o levará à salvação
Deste pobre coração:
Fechado, em corrosão.
Dou-lho sua tinta,
Seu amaciante
E seu caminho
-Pobre coração.
Abri-lo-ei ao mundo
Enquanto ainda há tempo.
Abri suas grades: Voe livre!
Se não lembrar como fazê-lo,
Regresse,
A voar ensinarei-lhe novamente
E seguirei minha canção.

Em seu corpo voo mais,
Já deixei tal coração em paz.
Abri minhas mãos a ti
E recebo inconsciente de paixão
Sua luz que se combina
Com a luz do meu coração.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ode à lua literária


Sinceras palavras que saem de mim,
Da lua que sangra letras esta noite.
Olhei para cima e almejei tê-las,
Virei para o lado, escada subi.
Esgaçando minha pobre coluna
Ao esticá-la -em busca-,
Lindas palavras colhi,
Ordenei-as em ode à minha cura.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Troca-troca

Teu encanto ilumina
Escada e elevador.
Sigo em frente, sem rima,
E ensino sem ser professor
Que a minha poesia
Não é apenas d'um escritor.

Mas sim de tantos: Que agonia!
Dentro de mim tropeço
Na cigana, no doutor,
No anestesista, no cantor,
De saia justa, cabelo penteado,
Fazendo promessas, trocando de armário.

E assim, tantos de mim
E um só latenta coração.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Fluiu.


Te possuo sem possessão,
Na cela mais protegida.
Te amo sem ilusão,
Único espelho são seus olhos.
Acaricio seu coração,
Faz-me jurar de olhos vendados.
Sou por ti
Ali e aqui
E nesse mundo que tanto vi
O amor descobri.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Em brasas



Ela levanta da cama, o dia está nublado. O calor sua sua nuca e gruda seus cabelos. O calor afasta-a das pessoas e traz lembranças, desejos à tona.
O calor. Ah, o calor...
Aquece seus músculos, agita os instintos. Dança, pula, queima, ferve. O desejo se agita. Seu balde d'água, o único que é capaz de incendiá-la e apagar toda sua brasa, flutua em sua mente -parece obcessão. Ela luta, contra o calor, contra a obcessão. Piscina. Redes sociais. Ele não sai de sua mente. Distração. Música. Sono. Ele não sai de seus sonhos. Enfim, não dá para render-se a uma semente bem plantada, principalmente se o solo for a terra árida de seu próprio coração. Salvação e aceitação hão de andar juntas.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Mundo cinza (Colores)



A novela da vida
Insere objetos
Brancos, pretos, pálidos
E atira ao vento.

Cadê as cores
Desse universo paralelo
Para brindar-nos o mundo
Que atroz se destrói?

Vi crescer cada planta
Árvore e destino
Mas onde estão suas cores agora?
Procuro o escondido.

Se o achar, não se irrite,
Mas as jogarei por todo lugar.
Querem nos comandar c'o sistema
E isso eu não vou deixar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Amizade


Acordar num qualquer dia
Com sorriso n'alma inteira,
Cantarolar melodias,
Deitar sob a árvore na esteira.

Felicidade fácil essa minha
Que surge sem parar.
A alegria é branda e brinda
À amizade

E faz tilitar.

Dedicado a Felipe, Carol e Mateus

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Trajetória do amor


Meu amor é água: livre e desimpedido.
Não é rio nem mar.
Lagoa?
Faz-lhe arrepiar.
Apenas corre por aí,
Existe por existir.
De nuvem em nuvem, viaja pelo mundo.
E eu, ave: passeio pelo céu.
O amor escorre de mim;
Desinibido, espalha-se ao léu.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Folha em branco

Escrevi uma carta sem destinatário
Mas não são todos que podem ler.
Sei que chegará em você
Algum dia,
No momento certo.

Não é um adeus, não se preocupe.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013



Quando sua boca encostou na minha, o fogo que saía de lá calou-se
E aquele beijo fê-lo alojar-se em meio ao meu coração.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O brilho da nova lua

Lua nova alumia
O castelo em fulgor.
Incendeia, arrepia
Minha amada, minha flor.

Vai em parte a luz que não brilha

A este reino precursor.
Mi, ré, sol: a sinfonia
Da luz que brilha com ardor.

Surge dia-a-dia

No reino de calor
Azul, preta e cinza,
Cala todo e qualquer temor.