sábado, 26 de março de 2011

Chuva na janela

Gotas de luz caem do céu;
Sou eu? É você?
São os vaga-lumes na minha mente.
Vão até metade, não chegam nem ao chão.
A chuva cai, cai lentamente...
Mas os vaga-lumes d'água
Destacam-se das gotas vertentes.

Por que será que vira excessão..?
Que a luz não adentra
Em todo coração?
Mas os relâmpagos acendem, ascendem,
E clareiam a noite.
Minhas gotas vão caindo:
Sou interminável, mas sou intermitente.

A brisa aira essa cena de esplendor.
Uma visão obsoleta,
Uma noite de fervor.
E o que muda é apenas o sentimento.
Pois com qualquer outro não se nota
O clamor, o amor.
Apenas um novo olhar da chuva fria...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Metáfora da minha vida.

O lápis, a mão...
Rabisco, rabisco
Ao tilintar
Do coração.

Que bate lento,
Seguro, frágil...
Mas é você chegar
Que eu desenho mais ágil.

Você não nota.
Você não vê:
Cada risco forte
É um novo bater.

Então ficamos nessa,
Um jogo de amigos.
Enquanto lá no fundo
Os desenhos ficam escondidos.

domingo, 20 de março de 2011

O caos de minha vida x Verdades de Paulo Santana

Minha vida anda um caos. Um quarto bagunçado e a necessidade urgente de encontrar algo; não com tanta coisa a se livrar no caminho. E o mais embaraçoso: O que fica e o que vai?

Novo ano, novas perspectivas, novos pensamentos, e todas as experiências antigas que aqui jazem ainda. Minha mente parece um depósito de roupas diante da moda, que seria minha necessidade. Há as mais novas, que estão "na moda" e as mais velhas, bregas, cafonas, mas cheias de lembranças. Na mente essas roupas não se gastam, ficam intactas, por isso mantenho-as quase todas. Necessito olhá-las, necessito tê-las. Mas atualmente sinto uma grande dificuldade de achar algo lá; está tudo bagunçado, fora de ordem, com coisas além e aquém de minhas atuais necessidades. Uma coisa eu sei que de lá não sairá jamais, nem com o tempo e nem que essas roupas tornem-se as coisas mais ultrapassadas de lá: as pessoas. Ninguém que entra na minha vida, no meu depósito, sai mais. Pode ser transferido de guarda-roupas, mas essa prisão só liberta seres inanimados.

Isso me fez lembrar do que li na coluna do Paulo Santana no Zero Hora de hoje. Ele falava sobre os entes queridos e a morte. Dizia que não achava justo que morramos em momentos diferentes de pessoas que amamos e nos amam, apesar de achar que, realmente, a vida não poderia ser eterna. Disse que, quando uma pessoa morresse, deveriam morrer junto todos os que a amavam. Ele só não pensou numa coisa: com o entrelaçar da vida, se morresse um, morreria o planeta inteiro. Achei essa reflexão muito linda, e sei que não aguentaria sem alguém que eu amo. Até talvez aguentasse, afinal não sou excessão e a grande maioria das pessoas aguentam (salvo as que se suicidam), mas o meu depósito sofreria uma drástica mudança e provavelmente eu me transformaria em uma pessoa diferente; minha vida é baseada nas pessoas que entram nela, e mesmo quando acontecer algo desses (espero que demore muuuuuito tempo), me transporto para a minha bagunçinha particular e reexperimento cada roupa, velha ou nova, que fora da minha realidade não existe mais.

E agora, o que seletar?

segunda-feira, 14 de março de 2011

O preço a ser pago por ser você mesmo

Pasmem: eu postei isso ontem e inexplicavelmente essa postagem sumiu! Haha, acho que sei o que foi.

Pois é, raros amigos leitores, nada como poder ser si mesmo independente do meio. Mas, a que custo isso?

Mesmo tendo a maior parcimônia e dosando seus atos, no fim você nunca vai agradar se não fizer mudanças em seu comportamento, por mais que isso doa.

Certo dia eu (ok, foi ontem isso), navegando na internet, resolvi entrar em um blog que havia recebido o link anteriormente, fiquei curiosa. Chegando no tal dito cujo, fui ler primeiro o que dizia no blog, não me recordo direito, mas parece que era: quem gostasse era para seguir e quem não gostasse comentar, algo assim. Prontamente me propus a ler algumas postagens, que eu inclusive não me agradei muito por tamanhas bobagens escritas em uma delas, além de grosserias direcionadas a famosos que não fazem a menor ideia da existência daquele blogueto, mas que do jeito que ele escreve é como se fosse diretamente direcionado a eles. Após muitas infantilices lidas, resolvi comentar dois posts, como é do meu gênero e está intrínseco em mim. Em uma postagem concordei com o assunto, inclusive elogiei e tal e na outra simplesmente corrigi os erros hediondos que eu vi lá e discordei completamente com as prepotências do autor em relação ao assunto, o qual ele não sabia defender seus argumentos. Resultado: no dia seguinte (hoje) haviam 18 comentários de resposta me diminuindo e falando todo o tipo de coisa, inclusive o pequenino escritor daquele antro visitou esse blog para usar minhas coisas de argumentos contra mim. Haha. É lógico que eu não me rebaixei a tal ponto de retrucar as pessoas alienadas que fizeram isso, né?!

Mas essa experiência me fez pensar, a que custo nós podemos usufruir da liberdade de expressão? A que custo podemos ser apenas nós mesmos sem agredir os outros e sem sermos agredidos? Tudo culpa da inflação. adsijoadsijodasijojasdio
E se o tal autor do blog o qual não vale a pena fazer propaganda aqui visitar mais uma vez o Depois da Margem, gostaria que me perdoasse se eu quis sobrepôr minhas ideias às dele, que de forma alguma quis ofendê-lo ou ridicularizá-lo e que não vou dizer isso da mesma forma que falei antes o que quis.

Enfim, o mundo é um lugar doente, onde as pessoas não enxergam o bonito de ser diferente e nem como agir espontaneamente é a coisa mais extraordinária de todas. Não estou arrependida de ter agido como quis, nem desta vez nem de nenhuma outra, e lá vai um conselho (tive um dejavu com o fim dessa postagem, nossa.): Seja você mesmo, não importa se gostem ou não. Só assim você vai ser feliz e vai descobrir que não vale a pena ter um monte de 'amigos' se eles não gostam de você do jeito que você é. Seja autêntico e achará quem lhe ama de verdade!

domingo, 13 de março de 2011

Partes de um coração

Sai razão, sai razão,
Não quero ouvi-la agora.
Preciso do silêncio
Para escutar o coração.

O outono vem trazendo
Suas folhas: murchas, secas.
Sai razão, sai razão.
Deixe-me sozinha às esmas.

Meu coração divide-se,
E subdivide-se em suas divisões.
O que escolher, o que fazer?
Escolher um, escolher milhões...

Minha vida pede mais:
Às vezes não há nada,
Às vezes há demais.

Quero algo, desejo algo!
O desespero bateu e não se foi.
Um carinho uma conversa...
Um amor, um simples "oi".

Antes era o quebra-cuca,
O esconde-esconde de corações.
Hoje é um sério enigma,
Veio cheio de abstrações.

Três lugares, três modos,
Três jeitos e canções.
Minha vida se entorpece,
Não sei tomar decisões.

Posso estar iludida,
Penso que vi, não vi nada.
Ainda talvez esteja sozinha,
Mas prefiro a confusão, prefiro continuar calada.

sexta-feira, 11 de março de 2011

La eterna ballerina - desahogos de una chica cansada

El tiempo se hace enemigo de muchas cosas, enemigo de la gente...
La vida con el pasar de los años, de los días y hasta de las horas hay ganado el mismo valor de un centavo. Ni eso muchas veces.
Moneda que ayer compraba dulces, valía algo, era usada.
Y hoy en día quien la tiene en manos posea de una gran suerte, pues ella fué olvidada de manera tan rápida que mal tuvimos tiempo para acompañar la decadencia.
Infelizmiente es bien así que la vida es tratada, como una antiquidad. Más o menos como eso. El valor se desapareció y las personas la empezaron a tratar 'suciamente'. Fueran olvidados todos los valores atribuyedos a ella y nadie más respecta como la devemos cuidar y como por su brevedad y importáncia deve ser valorada.
Los espiritus de la muerte están entre nosotros, sólo esperando la hora de poderen llevarnos para donde quieran.
Lo cuánto me asusta piensar que no aprovechamos derecho lo que puede (o no) ser nuestros últimos días en la tierra, por lo menos con nuestras actuales lembranzas y experiencias es algo increíble.
Aunque intente vivir siempre con la intensidad necesaria pero no cometiendo ningún atentado a lo que me es tan precioso, amedrentome con lo que las otras personas hacen arriesgando sus vidas sin cuesto-bieneficio ninguno.
Podríamos aprender con los chicos, que aún saben valorar sus vidas y lo que hacen es pura e naturalmente por instinto, no por masoquismo, imprudencia o lo que sea. Quiere saber? Si hubiesse dependido solamente de mi, todos ayer serían sus sueños de infancia y yo sería la eterna ballerina.

p.s.: dessa vez em português, PAIS, AVÓS, TIOS, PADRINHOS, SOBRINHOS, BISAVÓS ou APARENTADOS QUE SEJAM, NÃO DEIXEM SUAS CRIANÇAS DE MENOS DE NOVE ANOS DIRIGIREM SEUS CARROS!! ALIÁS, NÃO DEIXEM NEM COM DEZESSETE!! O que custa esperar a carteira?E SE O CARRO, MOTO, CAMINHÃO, AVIÃO, PORRA QUE SEJA, BATER, ESPERO QUE O ÚNICO FERIDO SEJA O IMBECIL IRRESPONSÁVEL QUE PROMOVEU TAL ATO, PORQUE MERECE!

pronto,desabafei.

terça-feira, 8 de março de 2011

Vaidade - A luxúria disfarçada

Quem nunca teve um ataque por nada? sadijoadsijodasijdsaijsad

Pois é, uma eterna discussão... Até onde a vaidade pode chegar?

Isso me faz ter uma epifania comparativa em relação a esse assunto. Antigamente era tão diferente... Aqueles filmes lindos onde as pessoas perfeitas tinham as melhores cenas de baixo de chuva, por exemplo. Hoje em dia como isso pode acontecer? A chuva, pelo visto, se tornou a pior inimiga de qualquer pessoa! Desculpas mais variadas indicam isso: Chapinha, maquiagem (hoje em dia nem tanto, modelos à prova d'água já estão no topo dos mais vendidos), uma roupa com um tecido "sensível à água"... Enfim.

As pessoas têm medo de mostrar quem realmente são e, por isso, se esquivam de situações que excluem do visual o resultado das horas e horas passadas em frente ao espelho alimentando sua luxúria. Oops, vaidade. hihi

Chega a dar nojo, pelo menos para mim, pensar nas mulheres que têm o emocional atingido quando acontece algo com alguma coisa supérflua que simplesmente servia de adorno corporal. Como aquelas pessoas que quase morrem quando a unha quebra (já fui uma dessas, precisei de garra para superar isso) ou quando alguma coisa acontece com seu cabelo, salto, vestido...

Estou escrevendo esse post basicamente porque hoje me livrei do maior vício da luxúria que já tive, e que me custava um bom tempo todos os dia: As unhas compridas. Minhas unhas estavam com mais de o dobro do tamanho que elas estavam quando as mantinha curtas e agora digo com orgulho, não mais com pesar como era antes, mas com a cabeça erguida de não poder mais ferir ninguém com aquelas garras: eu me livrei!!

Agora, posso viver intensamente e tomar quantos banhos de chuva a vida me permitir, sem o peso da vaidade para me prender de alguma forma e me deixar impotente para viver.

Ah se todos fossem assim... Mais banhos de chuva, menos brigas no cabeleireiro, nas filas de lojas de roupas...


Quer saber? A vida deveria ser assim: Todos carecas, unhas curtas, nada de maquiagem e uns panos naturais para vestir. Aposto que essa simples ideia acabaria com muitos problemas do mundo.

A maior arte

Uso o poema para falar:
Falo de tudo quanto posso.
Conto vidas, solto flores,
Narro meus mil amores.

Não sei falar de outro jeito.
Me expressar, que quer que seja.
Só sei que hoje em dia nada pode
Quem sempre tudo deseja.

Não escrevo para bonito,
Contando verso, seguindo regra.
Escrevo porque gosto.
O que eu quero, meu lápis não nega.

Crio mil lugares,
Que geram mil vertentes.
Até brinco de Deus:
Apanho o lápis, crio gente.

Não sei falar falando.
O que eu quero nunca sai.
Mas quando estou escrevendo,
Minha mente sublima, vai.

E viaja pelo horizonte,
No lugar mais remoto.
Eu não invento: Eu crio, eu faço.
E, se não vou em sonhos, vou de moto.

Para contar tudo o que vi,
O que não vi e o que vou ver,
Conto até o que não existe.
Planto a semente, deixo crescer.

E a linda árvore de sonhos cresce,
Essa não morre mais.
Tendo um lápis em minhas mãos,
A poesia acabará jamais!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Vou-me embora pra Groelomba

Vou-me embora pra Groelomba

Lá sou cunhada do prefeito

Lá tenho a vida que eu quero

Do jeito que escolherei


Vou-me embora pra Groelomba

Vou-me embora pra Groelomba

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Quixote o Louco de Espanha

Marechal e veríssimo demente

Vem a ser contraparente

Do bisneto que nunca tive


E como não farei ginástica

Andarei de monociclo

Montarei em um flamingo

Subirei no Everest

Tomarei banhos de chocolate!

E quando estiver cansada

Deito em minha núvem de estimação

Mando chamar Uni, o unicórnio

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menina

Raros vinham me contar

Vou-me embora pra Groelomba


Em Groelomba tem tudo

É outra civilização

Tem amigos de verdade

Para compartilhar a diversão

Tem esquisitice automática

Tem alucinações à vontade

Tem os melhores livros

Que a gente imaginar


E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou cunhada do prefeito —

Terei a vida que eu quero

Do jeito que escolherei

Vou-me embora pra Groelomba.


Texto original em: http://www.releituras.com/mbandeira_pasargada.asp