quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os Malabares



A cada ponto de vista

Um historiador.

Paro-foco-flash!

Uma nova visão já esclarecida.



Par de risadas,

Esquadrias e vãos.

Não estou parada

Na imensidão.



Um malabarista

De malabar só;

No meio da avenida

Se mistura ao pó.



O gato gigante,

Ao olhar, astuciosamente,

Em meio da avenida

Não vê carros, só vê gente.



Quero olhar como ele:

Focar, focar, dar zoom, ver pela lente.

Isto? Mero aparato.

Meu olhar? Reluzente.



A vida, sinfonia de gestos,

Como o malabar.

Devemos prestigiar o vai-vem

Que volta sem ao menos partir.



Paremos para apreciar

A beleza, arte da vida.

Os pequenos gestos,

Um andar,

São os instrumentos

Menos populares

Escolhidos pelo regente,

E que podem também

Serem responsáveis

Pelo ritmo tamborilante

Que alegra os corações.



Incessável, inaudível.

A orquestra da vida

Toca silenciosamente

Para quem estiver disposto a parar

E apreciar

Os incessantes malabares

No meio da avenida.



-Não deixe-os parar.

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