A cada ponto de vista
Um historiador.
Paro-foco-flash!
Uma nova visão já esclarecida.
Par de risadas,
Esquadrias e vãos.
Não estou parada
Na imensidão.
Um malabarista
De malabar só;
No meio da avenida
Se mistura ao pó.
O gato gigante,
Ao olhar, astuciosamente,
Em meio da avenida
Não vê carros, só vê gente.
Quero olhar como ele:
Focar, focar, dar zoom, ver pela lente.
Isto? Mero aparato.
Meu olhar? Reluzente.
A vida, sinfonia de gestos,
Como o malabar.
Devemos prestigiar o vai-vem
Que volta sem ao menos partir.
Paremos para apreciar
A beleza, arte da vida.
Os pequenos gestos,
Um andar,
São os instrumentos
Menos populares
Escolhidos pelo regente,
E que podem também
Serem responsáveis
Pelo ritmo tamborilante
Que alegra os corações.
Incessável, inaudível.
A orquestra da vida
Toca silenciosamente
Para quem estiver disposto a parar
E apreciar
Os incessantes malabares
No meio da avenida.
-Não deixe-os parar.
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