segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Diário de Dagmar - pte. 1

Bem, hoje em uma arrumação achou-se o diário de minha queridíssima bisavó, Dagmar von Poser. Seus poemas lindíssimos encantam-me desde que peguei pela primeira vez este pequeno livro em mãos. Resolvi redigi-lo e postar algumas de suas obras aqui, para evitar perdas futuras. Disfrutem destas palavras, datadas em sua grande maioria de 1927.


Juramento

Jurei dentro de meu peito
De bem sempre te querer
Meus juramentos não quebram
Heide amar-te até morrer.

Pode o astro luminoso
O seu brilho perder
Mas eu deixar de amar-te
Isso não, não pode ser.

Pode o ceo baixar a terra
E a terra em fogo arder
Mas eu deixar de amar-te
Isso não, não pode ser.

Sem grandeza e sem fortuna
Também se pode viver
Mas sem gozar teus carinhos
Isso não, não pode ser.

Fim.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nova Phoenix


Da tocha surge esta flor.
Seu olor, resplandecendo o amor que brota de seu pólen
Nessa mecha da bruma vespertina,
Sua cor, encarnado como o fogo que lá jazia
Acariciando aqueles olhos de menina.

Fênix renascida das chamas
Enlea os olhares a suas pétalas,
Mergulha na alma de seus admiradores
E encanta a mais pura serva
De seus poderes restauradores.

Quisera ser uma flor
Nascida de modo comum.
Cessou a chama, caiu a luz
Rosa nasce, poder e cor,
Para provar ao mundo
Que o simples pode ser o ápice também
Nessa escuridão que banha a noite.
Lua nova, nua, nova.

Garotinha que encanta-se com a pequena flor,
Aproxime-se.
Não tenha medo
De embrenhar-se no breu
Para deleitar-se com simples pétalas cintilantes
Que podem renascer o maior amor.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fora do espelho

Escreve uma linha-pára-pensa duas.
Fulgura tanta paixão, alimenta com doçura.
No misto de emoções só vê sua própria ternura.
Coitado, não fica a par
De quem tanto lhe procura
E sofre de amargura
Pela reclusa desse ser-morto.
Abre-te a ti e foge desse espelho!
Faça sorrir e graceja esse enamorado que toma-se de desejo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Azul, meu mar azul.

Azul, meu mar azul,

Vermelho como o sangue que passa em meu coração,

Preto, não chego a ver solidão.

Amo, amo o mar que despeja em mim,

Minha cabeça enlea-se em ti

E a arquitetura do véu das cidades

Enreda meus sentidos

E constrói minha mente,

Abre-se perante os olhos

E joga-se em meu coração.

Mar, tão azul e tão construído

Em minha canção.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Errônea



Vejo a escuridão
No retumbado de palavras silenciosas.
Penso profundezas
E absorvo o que resta de teu ser.
Sei o que me fazes sentir,
E assim mesmo procuro a profusão da tua alma em mim.
Já não sei mais se devo falar,
Talvez não, as feridas ainda são recentes.
Perdoe-me por ainda amá-lo
E mesmo assim não corresponder às expectativas.
Perdoe-me por fazer-me presente
E estender essa estaca a teu peito
Mais uma vez,
Só mais uma vez.
Não sei o que fazer,
O silêncio me chama.

Por você


Um dia falei a mim mesma,
quando cri
em palavras de um outrém
bramadas a anos-luz
de minha realidade,
que não talvez fosse amar.

Tempo passou,
às esmas fiquei
de um corpo que quedou
e a alma que levei.

Hoje encontro-me aqui,
na iminência de cair
em um abismo que criei.

Nunca imaginei
que algo principiado tão ínfimo
poderia me aprisionar,
reconfortar,
desproteger.

Pensar que a tensão me assumiria
e estaria a apartar
esse coração
que louco está a bater
não estava nos meus belos planos.

Apenas tente não sufocar
essa vida
que vive também para você.

O rio finalmente
converteu-se em mar.
Estou a entregar
o amuleto meu-ser.

Cuide onde vai guardar,
tente proteger
e faça por merecer
a confiança que dou a você.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Insandecida



Ainda que eu tente apagar,
Sua lembrança me rejuvenescerá.
Ainda que eu procure ignorar,
Minha mente clama em lhe falar.

Como viver sem você
Se vivi tanto tempo
Co'a minha mente desbravando a sua,
Captando olhares, desmontando enigmas..?

Como falar de você
Se o que sai de mim já é seu..?

Como não deixar de entristecer
Quando vi que o que foi
Talvez não seja mais meu...

...?

Avise-me o modo de voltar.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sepultura


Sepulto o medo vão de sofrer
Em terras firmes, que prenderão meu pesar;
Alinhando ao anseio de viver,
Momentos tristes hão de passar.
À principal, sepulto a imensidão de não amar você,
E dilacero as horas que aguardo chegar:
Calada, armada,
Fechando os olhos, ao aguardar a badalada.