Ingratidão Por uma solitaria e triste estrada
Caminhava descuidada certo dia
Quando avisto pouco ao longe uma figu
Que para mim se dirigia.
Uns andrajos o corpo lhe envolvia
Um pavor no semblante se notava
Em seus labios o riso se não via
Nem nos olhos o brilho centillava.
Essa figura triste e macilenta
Que a magra mão a todos estendia
Em vez de bemdizer guardava
Com um sinistro punhal agradecia.
Quem és, e por que assim procedes?
Não te lembras de Deus? Judeu errante
Não sabes de outro modo agradecer
Senão dessa maneira horripilante?..
-Não! E um riso de cynismo
Deixou nos brancos labios percorrer
-Ate com Deus eu assim ja procedi
E assim eternamente heide viver...
-Pago o bem com o mal e das maozinhas
Do inocente que beija eu tiro o pão
Recebo um pavor logo me esqueço
-Mas quem és tu?
Eu sou a
Ingratidão.
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Linguagens dos beijosDizem que o beijo na mão
Fallam de amor e respeito!
Nos olhos dizem paixão
Quando são dados com geito
Nos cabellos – incerteza
Ciumes queixa e dor
Na testa dizem pureza
Na face fallam de amor
No queixo só fingimento
São dados de má vontade
Em vez de gozo é tormento.
Nos braços liberdade
Nos dedos indiferença
No pescoço muito ardor
São beijos cheios de crença
São beijos de muito amor
Na boca minha querida
São dados de coração
Dizem tudo nesta vida
Amor, ciumes e paixão