terça-feira, 15 de maio de 2012

Abatendo o delírio

Lisergia que acorda os famintos olhos
Cansados de esperar pela realidade desse lampejo
De ver a chuva bater sem ferir
Incendeia minha verve.
Fito o relâmpago, arremessam-me estacas,
O incerto machuca, o incerto abate.
Dum instante ao outro todo esse imaginário dissipa-se
Junto com a neblina que embassa e confunde a visão
Que faz pensar que a chuva não dói.
A chuva dói, sim
Mas podemos evitá-la.
Podemos amar, e assim cobrir-nos impermeáveis.
Mas a neblina que ainda hoje me fez deixar a sanidade
Volta quando lhe dá vontade
E apenas um outro olhar faminto e talvez nem tão cansado
Pode levar-me onde a neblina não bate,
Levar-me às nuvens,
Fenecer minha tensão.
Abater-me dos lampejos,
Apagar a escuridão.

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