domingo, 2 de setembro de 2012

Epifania de você

Eu, que sempre vivi sozinha,
Nunca compartilhei minha verdadeira dor.
Bordava sorrisos de mentirinha
Com agulhas de flor.

Eu, que via flores em tudo
Já não reparava
A secura de meu jardim.
Tantas flores desperdiçadas
Para não deixar correr para fora
Mi'as lágrimas de cetim.

Amigos sempre tive,
Riam comigo aonde fosse.
Sempre sequei suas lágrimas,
Mas as minhas, escondia atrás de meu doce.

Até que, n'um belo dia,
Jardineiro passou pelo meu jardim.
Como o viu eu não sei
Mas aproximou-se de mim.

Eu, que nunca amara
Apaixonei-me por quem regou minhas flores
E não deixou mais eu colhê-las;
Compartilhou meus horrores.

E então foi assim,
Nessa história sem fim,
Florescendo o jardim
Que escondia atrás de mim.
Mas quando a tristeza trazia a vontade
De arrancar uma flor,
Encontrava meu jardineiro, triste igual,
E consolávamonos juntos, banhados de amor.

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