Que nunca existiu.
Ela via em uma porta
Falsa paisagem da verdade,
Só mais uma pintura realista.
Ela não sentia mais que um calafrio
E a vontade de perspassar aquela fronteira.
O medo a coagiu
A deletou,
A contraiu.
Um dia, ela foi com tudo:
Ah, que desiludida ficou!
Quando de cabeça se jogou
E ao solo quente se misturou
Ao ser rebatida por aquela tela dura
De algo que nunca existiu.
Ah, desiludida aquela garota!
De desespero, quebrou em cacos o que a feriu
E descobriu uma estrada feia.
Não tinha mais o que fazer,
Abandonara tudo o que era seu
E agora tinha que seguir.
Naquele tortuoso caminho
De nebuloso céu,
E árvores desfolhadas
Seguiu um bicho estranho
Que não vira jamais: morcego da tarde
Recolhendo-se ao escuro.
Chegando à longínqua caverna
Eis que cai e adormece.
Pobre desiludida, quer matar-se,
Acabar com seu sofrimento.
Entretanto em seu despertar
O céu abre
O mar visibiliza-se
E o raiar toma seu rosto novamente de rubor.
Alegria nasce com raizes profundas
No coração daquela que descreia
No que a era ofertado.
Desgastada, carcomida, resolve voltar a viver.
Com os pássaros e um novo amor,
Reaprende como à tristeza distorcer.
Tema por: Leonardo Cruz (http://acasoqualquer.blogspot.com.br/)
Wow!
ResponderExcluir