sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Uma roseira em meu jardim
Do ruído venenoso do espinho da rosa
Ao roçar-se sob a pele lisa,
Abre-se a porta para o etéreo.
Sacrifico a ponta de meus dedos,
O poço de minha alma,
Mas me retribui com uma carícia.
O embriagado carinho de um ser inerte
Que jorra veneno de suas asperezas, hoje não.
Hoje, é apenas um toque
Do sulco da melancolia
Regado de toda a delicadeza
Que inebria a tarde menos receptiva
E é capaz de circundar
Dois universos em um.
Ó, delicado espinho, delirante espinho,
Por que não me tiraste a vida?
Entorpece os meus sentidos,
Vira anestesia,
Mas confunde num quintal com cheiro de canela.
Mesmo ao tentar livrar-se de mim,
Contrariando sua existência tortuosa,
Não esconderei meu coração.
E, quando estiver pronto, não exite:
Crave-no em cheio
Seu gume mais mortal.
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