Era uma vez um menininho calmo, que gostava de mágica, chamado Mateus. Ele sofria bullying na escola, independente do que fazia para mudar. Se agia como os populares, era zuado; se andava alternativo, também. Ele nunca foi diferente dos outros: Camisas com cores escuras, calças jeans, meias brancas... Mas mesmo assim sempre havia algo a ser motivo de deboche nele, e nunca era revelado. Sentava no fundo e ficava vendo toda a turma dar olhadelas para trás e risadinhas discretas e, na hora dos trabalhos em grupo, era ele com ele mesmo. Quanto mais tentava ser igual, mais era tratado como diferente, imagina se descobrissem do fascínio dele por fazer mágica, que não fazia parte da vida de nenhum dos colegas...
Um dia, no dia dos bobos, Mateus decidiu que não aceitaria mais aquela vida e, ao sair da cama, resolveu se "transformar". Decidiu que aquele garoto que tratava todos da mesma forma, razoavelmente bem, mesmo sem retorno, não seria mais o mesmo. Saltou da cama, colocou as últimas roupas de truque que havia comprado pela internet, seus sapatos favoritos e suas meias laranjas. Após o café, não foi de van como sempre, com os colegas, foi de bicicleta. Chegando na sala, todos os olhares eram para ele: As meias escandalosas, a capa preta, as luvas em plena primavera...
Sua mente não estava mais focada em ser como os outros, mas sim como ele mesmo. E, se aproveitando da situação, se vingar dos que nunca foram simpáticos com ele. Ao estacionar a bicicleta, encontra com os valentões do quinto ano, que sempre abusavam de sua ingenuidade para fazer as coisas mais asquerosas que os meninos do ensino fundamental imaginam; até lixo eles já o fizeram comer. Um sorrisinho de canto nos lábios do menininho indicava que naquele dia não sofreria. Os meninos maiores chegaram e foram surpreendidos pelo esguicho d'água da flor de sua capa, a qual teve seu conteúdo substituído por água com detergente e arrancou lágrimas daquelas crianças mal-intencionadas.
No momento do incidente, todos os colegas do quarto ano de Mateus estavam passando de fininho, pois também sofriam nas mãos dos meninos mais velhos. Eles assistiram toda a cena e entraram em uma felicidade extasiante, vibrando com a "vitória dos menores" e saudando seu colega como o herói. Aquele dia foi assim, e Mateus teve pena de usar seus truques sórdidos com quem o estava venerando, então fez truques de mágica e piadinhas inocentes do dia dos bobos. Nos outros dias, não importava mais se Mateus era igual ou não aos colegas, não importava se ele gostava de mágica: todos gostavam e respeitavam ele. Daquele dia em diante, Mateus foi feliz.
E VIVA PRIMEIRO DE ABRIL o/
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