sábado, 9 de abril de 2011

Nunca minta para seus sonhos

Aí vai a história de um sonho que eu tive, que veio bem a calhar para salvar este blog da solidão e/ou da mesmice.

Estava em um casamento. Vestido verde musgo de couro. Longo, com estampas. Sapatos a combinar. O casamento não era robusto, era modesto. Um terreno cercado de árvores e um palco bem no meio; ao fundo. A noite escurecia tudo o que tocava, e as tochas acesas estavam lá para romper o breu. De nada convencional, o noivo e a noiva se viram antes da cerimônia, enquanto os convidados chegavam. Em instante de poucos minutos, cada lugar nomeado estava ocupado, e nos que estavam destinados para os acompanhantes, ainda havia alguns vazios. Encontrei minha turma, que junto comigo desejava cumprimentar os noivos encenando uma peça de amor e ódio que os homenageassem, antes da cerimônia. Nossas roupas estavam guardadas em baixo de um guarda sol de palha que camuflava a existência delas. Logo ao chegar de todos, vestimo-nos à caráter e começamos nossa obra-prima. Moças de capa ancha, um cavalo branco, uma bruxa, um vampiro, a alma da noiva (encenada por mim, destinada a morrer ao fim para salvar a vida da principal), gnomos, elfos, tholls e moças da floresta: esses eram os representados. Com o passar da peça, noivo e noiva intrometeram-se esperadamente no desenrolar. Sabiam o roteiro quase que numa magnificência mágica e íamos fazer com que tudo corresse certo, assim era o roteiro. Mortes, brigas, o moçinho (noivo) que deveria salvar tudo ao fim... E no entanto a bruxa venceu no final.

A peça acabou diferente do esperado. Os convidados, foram sumindo num desfecho de abrilhantar-nos os olhos, pois não os reparamos saindo enquanto atuávamos como se nossas vidas dependessem daquilo. Aliás, nem os mesmos notaram-se saindo; apenas, esvaíram-se. Nós, no fim da peça, de uma equipe que chegava a dezesseis pessoas fora os noivos, já éramos apenas eu, os noivos e mais uma colega que não estava no palco conosco, e, como uma sanguessuga de memórias, algo arrancou-nos da cabeça a existência do tal casamento e, a bruxa e o vampiro, o vampiro conhecido e a bruxa que não sabíamos quem a estava representando... Estes ficaram. Ficaram lá, alimentando-se dos seres antes motivo de nossa especulação artística. Alimentando-se da alma, do corpo... E das memórias de nós 4, que por vias do destino fomos salvos da chacina. Ela, o responsável por destruir aquele casamento incomum de dois eternamente apaixonados, agora crua, sem sua capa ou véu ou peruca. Agora com sua carcaça aparecendo e mostrando quem realmente era. Não tínhamos coragem de olhar. Saímos anônimos de lá, da umbra vazia.

Sem identidade, sem casamento, sem amigos, sem amor. Éramos apenas... O retrato do fim daquela festa.
... A nossa festa que nunca existiu.

6 comentários:

  1. Baah que sonho louco, me deu até medo! ksadokaopskdaskdakdasad
    Beeeeijos

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  2. sdiojadsijoadsijoads não precisa ficar com medo :P
    tu tava lá, e desapareceu...
    dizem que sonhos assim é saúde pra quem foi sonhado (:
    bjoss

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  3. sadijosadjiodajiosadiosad imagina se eu dissesse também que tu tava com um tipo de vestido que era preto e nos pés tu usava um coiso verde dentro do sapato pra romper com o significado da roupa :P :P

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  4. aaah os outros são normais sim!
    sdaisadijdsiosa

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