domingo, 30 de outubro de 2011

Que horas são?

Dos rabiscos
Só saem trevas;

Dos olhos,

Decepção.



Cá, em um sítio mal-alumiado,

Sob o efeito estereoscópico

Das horas

Que já nem sei quais são,

Ouço um vento

Uivando algo.

Já é tarde,

Não falo a língua dos sons.



Monocromático cai em mim;

Tiras de vermelho apontam algo.

Vermelho-sangue: fecho os olhos

Para fugir.



Deito sob a sombra do tempo,

Numa nesga de luz zenital.

Paro, penso, olho,

O vermelho-sangue que jaz estagnado.



Da meia-noite, penso eu,

Só há gemidos

De um pobre potro

Em alguma charrete fantasma.

Vermelho-vivo, vermelho-sangue...

Não me julgue,

Os poetas sentem diferente.

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